Como é gostosa a natureza: viva, colorida, uma verdadeira sinestesia anestésica pra quem precisa de um pouco de sossego. E eu estava precisando de sossego, não aquele inercial e contemplativo, mas animado, divertido, alcool, drogas, videokê, fogo, risos, beijos. A minha natureza precisava sossegar, de fato.

Emitindo e sentindo

Todo mundo gosta de ouvir sua voz no banheiro. Comigo não é diferente, acho que dentro daquele ambiente peculiar para performances vocais, a voz fica diferente, pra melhor. É o que na física chamamos de aumento de reverberação, aquela coisa do espaço, poucos móveis, etc.
A maioria das vezes que canto é no banheiro. Gosto de ouvir a minha voz quando canto e quando falo para as pessoas, todavia quando escuto a voz gravada isso é completamente diferente. Odeio ouvir a voz no gravador, odeio microfones ou qualquer tipo de aparelho eletrônico que deturpe a ilusão que tenho de que talvez, minha voz seja menos gostosa do que eu a ouço.
A primeira palavra que falei foi “bobó” uma alusão básica e infantil a palavra “vovó”. Naquele dia parece que todo mundo gostou de me ouvir falar. Tenho medo de ter aquela voz “que as pessoas precisam inclinar-se para trás para ouvir”. Acho a minha voz uma mistura de agudo com grave. Quando me ouço falar escuto mais grave do que o normal e isso me agrada. Acho vozes mais aveludadas mais bonitas. Os meus sons são na maioria das vezes intensos, mas a minha voz é desarmônica.Odeio gritar, mas falo alto ao natural. Não penso muito antes de falar as coisas, é como se a minha voz, os meus sons fossem mais corajosos que meus pensamentos...

* primeira postagem isso que dá não ter nada pra fazer no feriado. até tinha coisas pra fazer como esse trabalho pra aula de VOZ da Gisela, gostei dele..